sexta-feira, 20 de junho de 2014

AMS lá em casa - pela nossa cuidadora Claudinéia Francisco

Sempre falando da AMS, mas não só de seus sintomas. 
Essa doença exige cuidados, exercícios, fono e muitos medicamentos, mas traz a necessidade de termos ajuda. 
Em casa precisamos trabalhar para proporcionar tudo que minha mama precisa, e para ter sossego conto com a ajuda de cuidadoras que são verdadeiras companheiras nessa luta.
A primeira ajuda que recebemos foi da Elen (Elizangela Gomes), que trabalhou em casa por mais de 09 anos. Precisou ir embora. Ela nos ajudava em tudo. Se interessou em aprender a cuidar da minha mãe, aprendeu com a gente, e desempenhava muito bem todos os cuidados necessários.

Elen, obrigada! Sentimos saudade. 

Depois dela veio a Néia, que está com a gente há mais de um ano. 
Sobre a Néia... Ela precisou se adaptar, e nós também. É estranho ter alguém em casa fazendo as coisas que nós fazíamos. "Terceirizar" os cuidados da própria mãe é difícil, como também deve ser ter alguém estranho te dando banho e trocando sua fralda. Imagino como foi também para a própria Néia, que se deparou com alguém que mal falava e era totalmente dependente dela. 
Por tudo isso acho que vale a pena lermos como é tudo isso para a nossa cuidadora. O que ela precisou entender, quais habilidades precisa ter, e o que pode tirar de bom disso tudo. Eis seu depoimento.  


"Comecei a trabalhar cuidando da Regina em março/2013.
No início pensei que não conseguiria dar conta, devido à limitação na fala, mas depois de uma semana já conseguia entender o que ela falava. Hoje estou entre as pessoas que entendem melhor – eu e os filhos dela.
A Regina costura, cozinha, e não tira nem uma soneca à tarde. Estranhei isso também. Nas primeiras vezes que ela pedia para ir até a cozinha não entendia muito bem onde isso ajudaria, já que era eu quem faria tudo. Nem ia dando pulos de alegria, mas conversando com a Anali e vendo a felicidade da Regina aos poucos fui entendendo. Ela sabe todas as receitas. Ajuda lavando um legume e acompanhando a consistência do alimento. Já começa a curtir antes, pensando no prato – mesmo que não consiga comer. Tive que me adaptar a Regina. Na cozinha sou seus braços e suas pernas, mas a realização é dela.
Ela é diferente de todas as pessoas que cuidei.

Ela também vai para a máquina de costura. Eu apenas coloco a linha. Fico do lado, seguro um paninho, mas todo o restante é a Regina que faz. Vejo nela tamanha satisfação nesses momentos que me alegro em proporcionar isso a ela.
A Regina tem muita disposição. Aprendo bastante lá, porque me interesso pelo assunto. Não fico só esperando acabar a fisioterapia ou fono, mas presto atenção e somo reforçando tudo ao que ela já faz. Tem dias que ela só quer ficar na cozinha ou na costura, e não queria fazer nenhum outro exercício. Tive que me adaptar a isso também. Passei a observar coisas que ela mais gosta de fazer e respeitar suas vontades.
Não posso dizer que é fácil, ou que não cansa. Às vezes tem dias que ela não está tão disposta, em outros preciso fazer mais força, mas para estar a tanto tempo na mesma casa, cuidando de um paciente com doença tão complexa, preciso contar sempre com o apoio da família, além de estar sempre alegre, cuidar da minha saúde e interessada em aprender.

Hoje vejo o quanto é importante estarmos atentos aos nossos queridos, para dar – talvez não seja essa a palavra, mas sim retribuir a eles tudo que nos tem ensinado.

Obrigada Regina."

Obrigada Néia querida. Nós é que te agradecemos. Você é mais que uma cuidadora para nós, é uma companheira de jornada! 









3 comentários:

  1. Agradeço primeiramente a Deus por me dar a cada dia estratégias para cuidar,agradeço a toda a Família de Regina que demonstra todo o carinho por mim.

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    1. Néia, nós que agradecemos. É muito bom poder contar com seus cuidados, carinho e atenção com mama. Atá mais tarde. Beijos

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  2. Que a cada dia Deus nos ajude a caminhar ,nos fazendo útil para ajudar pessoas.

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