terça-feira, 31 de março de 2015

E lá vamos nós para Maringá...

Tenho assunto para pelo menos mais duas postagens... E vocês vão gostar muito das novidades que virão, mas a postagem de hoje é especial, e me deixou MUITO feliz.

Dia 03 de março, final de tarde de uma terça-feira, recebo um email de uma acadêmica do 4º ano de medicina, da UNINGÁ (Maringá/PR), Victoria Ribas, contando que estava fazendo um trabalho em grupo para a disciplina de Geriatria, e que o assunto era AMS. Me pediu um depoimento de 5 minutinhos, contando um pouco sobre a rotina da minha mãe, os cuidados que temos, enfim, um resuminho num vídeo bem curtinho, para o dia seguinte - o trabalho seria apresentado na quinta-feira de manhã, dois dias depois. Podem imaginar quantos motivos eu tive para ficar feliz????

O primeiro motivo é ter gente se interessando por essa doença... Foi uma alegria!!!!! Depois adorei saber que meu blog foi visto, adorei poder colaborar... mas por outro lado fiquei triste porque confirma a falta de informação sobre essa doença.

Vídeo feito - gravei pelo menos umas oito vezes - conversas por Whatsapp, e trabalho realizado. 

Hoje o post não é meu... é deles. Dessa moçada linda, interessada, esforçada, e simpática. Todos muito carinhosos comigo, mesmo os que não falaram diretamente deram retornos positivos sobre o blog e essa minha iniciativa.

Hoje o post é deles... e as informações também. 
Abaixo temos uma foto do grupo. 
Vejam que moçada linda!!!!!! :) :) :)


A Victoria escreveu também. 
Fiquei MUUUUUUUUUUUUUUITO feliz. Vejam abaixo que carinhosa... 


"Quando recebemos o tema sobre a AMS para fazermos a apresentação, não   fazíamos ideia do que se tratava. Procuramos por artigos recentes, mas não existiam muitos materiais disponíveis. Resolvi então procurar um caso real para que pudéssemos nos familiarizar com a doença, já que teríamos que fazer um teatro. Encontrei o blog, e comecei a ler sobre a experiência da Anali com sua mãe. Mostrei para uma colega e ficamos muito emocionadas. Logo veio a ideia de escrever, mas pensamos que não conseguiríamos uma resposta a tempo. Porém a Anali me respondeu super rápido, e desde então foi muito querida e atenciosa, me ajudou muito com a sua experiência! Em nome de todos do grupo agradeço à ela, e claro, à Regina, que soube desde o início do nosso trabalho. Muito obrigada!!!"

Victoria, eu que agradeço o espaço e o material que gentilmente autorizaram que fosse publicado.

Agradeço a TODOS vocês!

Em ordem alfabética:

Diego Azevedo
Flávio Augusto Mai
Letícia Emi Tokuda
Natacha Aparecida Both
Natália Assumpção Lima Dias
Paulo Henrique Mai
Rodolfo Oliveira Silvano
Seres Antônia Rolin Bono
Victória Ribas
Yasmin Castilho Moreira


















Agradeço muito a este grupo, em especial à Victoria, que me deu a chance de dar um passo ao caminho que tanto busco: Falar sobre a doença.

Abraço a todos,
Fiquem com Deus!

terça-feira, 17 de março de 2015

Agora é a vez das cuidadoras...

Puuuutzzz... essa é difícil.
Tãããããããããão necessárias, tão difícil encontrar uma boa... e tãããão mais difícil acertar o "ponto", sabe, aquele equilíbrio na relação... Isso porque para ficar na nossa casa cuidando do nosso parente doente (no meu caso esse parente é o ser mais amado da família) a gente tem que gostar mesmo, e confiar mais ainda.

A minha primeira experiência com cuidadora foi tranquila. Minha mãe andava, falava, então ela era contratada eventualmente. Estranhei bem pouco. Acho que na segunda ou terceira vez ela me pediu um valor a título de adiantamento. Nem consegui pensar, adiantei. Eu era bem ruim para falar não, ainda mais quando era pega de surpresa... Depois de duas eventuais, resolvemos ter uma fixa. Assim teríamos mais tranquilidade e menos faltas. Hoje eu sei que basta um plantão que ofereça um valor a mais que já ficamos sem ela. Adeus compromisso. No geral essa palavra não existe nesse mundo.

A primeira fixa era para morar em casa. Ela era uma graça, super atenciosa, mas foi demais para mim. Moramos num apartamento de menos de 90m2, éramos em três, de repente encontro com uma estranha no banheiro, que nunca para de falar...rs... Ela era MUITO conversadeira. Queria participar de tudo, sempre tinha uma opinião para dar... nossa, que difícil. O primeiro dia inteirinho dela aqui foi um dia que fiquei inteirinho fora. Já estávamos pensando em colocar outra cama no quarto, esvaziar gaveta da minha mãe, criar toda uma logística, até que ela deu uma "travada" na coluna e não voltou.

Não encontramos mais quem morasse, e partimos para um novo plano. A Elen, que trabalhava em casa há mais de 08 anos, começou a pegar o jeito de cuidar da minha mãe. Meu irmão trabalhava em casa, então fomos adaptando com ela. Quando meu irmão começou a trabalhar fora contratamos a Néia. Ela sim foi nossa primeira experiência com cuidadora. Ficava 6h/dia, era quem dava banho, quem verificava se minha mãe estava confortável, aprendeu exercícios de fono, fisio, era carinhosa, era mesmo nossa extensão. Também foi quem nos ensinou que elas vêm e vão, nos mostrou como pode ser difícil e delicado o relacionamento entre cuidador(a) e família. A Néia viu entrar e sair duas outras cuidadoras, que por comportamentos completamente inadequados foram dispensadas. Uma por total impaciência com minha mãe, e outra porque estava muito preocupada em ficar na internet. Tínhamos muita confiança na Néia, mas acho que ela cansou, não sei direito até hoje o que houve. Simplesmente foi embora. Isso foi um aprendizado para nós, porque jamais esperamos que sua saída se daria desta forma. Minha mão gostava muito dela, nós também, e tenho certeza que ela também. O bom disso tudo é que realmente fica confirmado que por mais que todos se adorem, que tratemos com carinho e liberdade, que a pessoa que está cuidando diga que somos como família, a verdade mesmo é que é uma relação de trabalho, onde existe expectativas, ordens, onde a funcionária fica de saco cheio do chefe, quer sair mais cedo, quer aumento, etc. 

Acho que cuidadora funciona mais ou menos como um grande amor. Quando estamos com um acreditamos que não existirá outro que seja melhor, até que ele se vai e encontramos outro no caminho, gostando deste mais ainda. Foi assim com a gente.

Hoje temos a Maria. Gostamos mais ainda! Ela tem algumas afinidades com a minha mãe que facilita muito o dia a dia. Ambas são mães, o que ajuda também no entendimento dos sentimentos uma da outra, e da mesma forma que a Néia ensinou algumas verdades, a Maria me mostra outras. Definitivamente não dá para fugir do que somos, e quando eu vejo já quero agradar, dou liberdades, converso sobre coisas além dos cuidados da minha mãe, e é assim que eu sou. Nem sempre isso é bom, porque dependendo da pessoa fica difícil restabelecer a relação de trabalho, mas não consigo mudar - ainda.

Aprender o equilíbrio é o ideal. Entender que é uma relação de trabalho é essencial, porque nos permite orientar, pedir, ensinar e cobrar, mas entender que somos o que somos, e que bem ou mal colhemos as consequências de cada atitude, é essencial também. Sou assim. Afetiva, amigona. Pago um preço alto por isso, mas vivo respeitando o que sou.

O que eu sei é que essas pessoas trabalham bastante, e têm que ter muita disposição e boa vontade para se adaptar a cada casa, cada mania, cada filho. Têm que esquecer muitas confusões e brigas que presenciam, e se esforçar para não misturar as coisas, porque toda casa é igual. O que eu sei é que cada uma que entra em casa entra no meu coração. Valorizo essas queridas mais que muita gente na minha vida, e como dizem por aí, "gosto mais que chocolate".

Obrigada, Maria! Você é muito bem vinda na nossa casa, na nossa vida!!


Abraço a todos,
Fiquem com Deus.