terça-feira, 25 de novembro de 2014

E chegou a Terapeuta Ocupacional ;)

Demorei né? Pensaram que não teria mais nada para dividir com vocês... mas erraram feio. Cada dia essa doença me surpreende - acho que deveria dizer que a minha mãe me surpreende... Fato é que vou descobrindo que essa doença não vence todas as batalhas não. Ainda podemos contra ela.

A demora no novo post é por conta da implantação do atendimento domiciliar de "homecare", ou enfermagem 24h/dia. É a pior coisa do mundo! Diria que exemplifica muito bem quando dizemos aquela frase tão conhecida "é um mal necessário". Pois é exatamente isso, um grande mal, e muito necessário.

Bom, não vim aqui para falar dessa dor de cabeça, mas para compartilhar mais uma conquista coletiva. Minha mãe + fisio Bruna + nova personagem lá de casa: Nossa TO (terapeuta ocupacional) Olívia. Eu não sabia direito o que uma terapeuta ocupacional poderia fazer por nós, e confesso que me espantei quando na primeira visita ela perguntou para a minha mãe o que ela tinha vontade de fazer. Fiquei pensando como ela poderia deixar tão aberto, correndo o risco da minha mãe escolher qualquer coisa. Para ser bem sincera, temi porque imaginava que a escolha seria justamente a que ela escolheu: costurar!

Fiquei pensando em como faria minha mama voltar a costurar. Ela mexe muito pouco os braços, está com as mão bem rígidas, por isso duvidei - sim, assumo! Duvidei mesmo - que veria minha mãe costurando novamente, mas no quarto encontro - porque é o que parece, um encontro de amigas - eis minha mãe conseguindo levantar a alavanca da máquina, segurar a linha e - claro, com ajuda - colocar o tecido no lugar. ElaS conseguiRAM!!!!

Imaginava que terapia ocupacional consistia em encontrar uma atividade que desse prazer dentro das possibilidades da nova condição do paciente. O pensamento era de adaptar o paciente, fazendo com que ele gostasse daquilo que lhe fosse proposto, mas não. É o contrário disso. É adaptar a atividade de desejo à nova condição do paciente. 

Conseguem perceber o que é isso? É não estarmos acomodados a uma situação de deixar o paciente sentado, parado, oferecendo um banho de sol ou um programa de tv. A novidade deixa de ser comprar uma tv maior (fiz isso) ou levar um dvd novo pra casa. Podemos muito mais que isso. Tem que ter aqueles ingredientes imprescindíveis - paciência, tempo e MUITA boa vontade para devolver ao paciente o prazer de fazer algo que ele gosta realmente, mas que sua nova condição não lhe permitIA.

Sei que em casa estão todos aprendendo a costurar - meu irmão Denis, cuidadora e Olívia... menos eu - não gosto mesmo e já tem muita gente sabendo rsss... Nós, familiares de portadores de AMS, temos ao nosso favor a consciência plena do paciente. Isso ajuda, porque não ouviremos respostas impossíveis. Minha mãe jamais responderia que quer voltar a fazer caminhada. Sabe da força que precisa ter e o quanto a fratura atrapalha. Não temos que nos preocupar em justificar um NÃO para respostas impossíveis, mas temos sim que nos preocupar em proporcionar condições para o que é possível.

Não desistam!!! Tentem.

Obrigada Olivia!!!