quinta-feira, 28 de agosto de 2014

$#@%&*#]/§ DE ESCARA!!!!!!!

Muito do que vem com a AMS é muito ruim, a grande maioria dos sintomas e consequências independe de qualquer tipo de ação de familiares e cuidadores, mas vou dizer que a primeira escara a gente nunca esquece - e dá um medo danado do que vem pela frente. Contra essa nós podemos!

A pele da minha mãe é MUITO clarinha, tudo marca. Lençol mal esticado, camisola "engruvinhada", qualquer coisa é motivo para um vermelho. Sempre tenho aquela misturinha que postei para vocês e coloco uma FINA camada - sim, sempre fina - em cada vermelho que aparece. Dois dias depois todos somem... mas um não sumiu! Estranhando a persistência chamamos um enfermeiro do homecare, e vem a bomba: Escara grau 1. Foi uma difícil descoberta, que me deixou MUITO preocupada. Escara - melhor dizendo, úlcera de pressão - além de doer é uma porta aberta para infecção. O que fazer? Bom, com o homecare cada auxiliar tinha uma solução. O enfermeiro veio com outra, que no dia seguinte só fez piorar, então quem eu descobri? 
Maria Emília Gaspar Ferreira. Uma enfermeira dedicada, delicada e especializada em estomaterapia (que não tem nenhuma relação com estômago, como pensei quando ouvi esse nome pela primeira vez). Pedi indicação pelo face, um amigo fala com um amigo, e no mesmo dia depois das onze da noite ela chegou. 

Não tenho intenção de dar uma aula sobre o assunto, até porque nem tenho conhecimento, mas posso dizer como foi para nós.

Logo de início a indicação é sempre o dersani. Ele é ótimo...só não sei pra que rs. Nunca usei dersani direto na minha mãe. Coloco duas colheres na minha misturinha, mas só. Tenho em casa daqueles tipo curativos (foto abaixo) que há alguns anos até funcionou em uma feridinha que ela apresentou, mas dessa vez foi um horror. Precisamos trocar o curativo e na hora de tirar a escara piorou - de grau 1 virou grau 2. A especialista no assunto orientou como fazer a higiene, que placa usar (no estágio da úlcera da minha mãe a hydrosorbl funcionou muito bem), orientou sobre tipo de colchão, almofada, fralda, curativos, etc. Foi essencial. Obrigada Maria Emília.

usado anteriormente
usado desta vez















A úlcera de pressão já tem sua causa escancarada no próprio nome: Pressão. A minha mama nunca tinha tido nenhuma em mais de dois anos de cadeira de rodas. Dormia de lado, sentava na poltrona, depois na cadeira, sempre se movimentava. Depois da fratura tudo ficou mais difícil, porque além dela sentir dores, mexemos nela o mínimo possível. O resultado foi a primeira - e última, se Deus quiser - escara. 

De tudo que eu vi a melhor maneira de lidar com essa porcaria é prevenindo seu aparecimento. Isso se faz tomando alguns cuidados e algumas providências:

- Mudar a posição: 
Seja na cama ou na cadeira, o ideal é que a pessoa não fique horas e mais horas com a pressão na mesma região da pele. Minha mãe nunca deitou durante o dia, mas sempre mudamos da poltrona para a cadeira, da cadeira para o sofá, sempre alternamos as almofadas nas quais ela sentava, colocamos os pés dela para cima, enfim, sempre mudando a pressão num mesmo local. Ideal meeeeesmo é mudança a cada 2 horas - inclusive durante a madrugada.

- Observar:
Sempre vale dar uma olhada na integridade da pele na hora do banho ou em uma troca de fralda. A escara tem vários "graus". Descobrindo rápido podemos evitar dores e riscos maiores.

- Ter bons materiais de apoio:
Importantíssimo um bom colchão, almofadas de gel, água, silicone, um bom hidratante e boa fralda (essa dica é por minha conta, mas me parece lógico que uma boa fralda mantém a pele íntegra e mais resistente ao surgimento das úlceras).

Nesses dois dias de desespero muitas pessoas me deram dicas de suas experiências e do que funcionou. Abaixo algumas opções. 

colchão caixa de ovo

colchão de ar pneumático com compressor


colchão de visco elástico (nasa)

almofada com água

almofada com gel

PS. Não chequei no colchão de ar pneumático, mas de resto tenho tudo. O colchão caixa de ovo acaba ficando sem utilidade, porque em cima dele vai o lençol, o plástico, a travessa, a fralda e a minha mama. Nem dá para sentí-lo.


- Nada de preguiça: 
Tem que olhar sim, mudar de posição sim, passar hidratante e tudo mais. Se é para cuidar melhor que seja para prevenir do que tirar a dor depois, ou ficar tratando de curar infecção.

- Bom profissional:
Já facilitei essa parte deixando o contato da Maria Emília ao lado, nas "dicas" que deixo para vocês. Um dia pode mudar tudo. Na dúvida não economizem.

Vejam abaixo a diferença em dois dias de tratamento:

Antes:                                                    Depois:



Está quase boa né?

Tenho que falar: Odeio escaras!!!      

Por hoje é isso.


Abraços a todos,
Fiquem com Deus.

4 comentários:

  1. Oi Anali , nós fomos muito felizes nas prevenções das escaras , e as que a Rosana teve foram de pequena monta , o que percebí foi que estas danadas são muito mais dificeis de tratar do que prevenir
    A Rosana tinha a pele muito parecida com a de sua Mãe pelo que vejo em fotos , e realmente aprendemos que tratar antes é bem melhor .

    Um abraço , .

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    1. Oi Raphael. Essa da minha mãe também foi pequena, ela nem sentiu dor, e já está quase curada. Faremos tudo que puder ser feito para que tenha sido a única. Que bom que a Rosana não sofreu com isso. Já são tantas coisas que aparecem com a doença que não podemos evitar, né? O que puder ser prevenido é um tanto melhor. Beijo grande.

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  2. sobre como eu me sinto, dou uma "passada" pelo aspecto emocional, mas o dia a dia realmente me consome... mas falarei disso outra hora. Hoje quero abordar sobre cuidadoras e home care. molicare

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  3. Gostaria de saber o q vc usou além da mudança de decúbito? Minha mãe é acamada e teve 1 escara profunda no início, hj depois de 4 anos voltou o tecido a inflamar, melhora e volta e ñ estamos dando conta da cicatrização total. O problema maior é q minha mãe têm Parkinson e fratura de coluna e ñ têm movimentos e completamente paraplégica e pesa uns 75 kg ou mais

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